Ernest Hemingway, ADIN e uma conversa virtual



- Oi, Você esta ai? Preciso falar
Boa tarde, eu não quero viver de ilusão

- Boa tarde
Olha minha realidade hoje foi o hospital.Quando entenderes falar sem este tipo de comentários estarei disponível. Para esta conversa de dúvidas constante e pretensa ilusão não estou. Pensa bem no que fala. Se eu fizesse o mesmo questionando tudo, de tudo duvidando como te sentirias?

- Me sentiria muito mal e é assim que eu me sinto. Você tem suas dores e eu a minha. Você foi em um clinico que diagnosticou seu mal e irá te operar. Irá? A minha quem irá invisivelmente operar?

- Eu não sei mais o que dizer? Diz o que queres mais?

- Nada. Ficarei bem

- Ficas mesmo? Tu desapareces durante horas. Reages de forma intempestivas chamas fé de palhaçadas. Já não sei....

- Estive no centro fui assistir uma palestra sobre ADIN

- Quem é ADIN?

- Depois voltei, almocei, e comecei a ler um livro sobre Ernest Hemingway....Lembro que parei na espingarda Ketchum, 1961, a idade de 61 anos...Foi ai que cochilei, coisa de cinco minutos... sonhei e acordei angustiada. Dizendo: Não, Ernest entendeu tudo errado, o homem tem que aprender a salvar o que puder. Só isso. ADIN é ação de inconstitucionalidade. Eu quero entrar com uma ADIN contra aquelas placas que dizem : É proibido pisar na grama

- Queres entrar? Mas essa proibição é como não poder nadar não pode pescar... Não sei como serás bem sucedida. Não sei como serás bem sucedida....

- Também não sei. Me tornei muito Manoel de Barros, mais bicho que gente.

- Eu amo Manoel de Barros. E te entendo. Mas para isso tens de ir para o campo.... 

- Sim preciso salvar o que puder 

Não há mais conversas a serem exibidas....

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Marcia Lailin Mesquita



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