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Mostrando postagens de março, 2012

Quebrângulo - II parte

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“Diferentes somos todos nós. Mas o desejo é sempre o mesmo. Amar e ser amado” Continuação da primeira parte – (os nomes foram mudados) Eram quase 4hs da manhã quando nosso ônibus vindo de Fortaleza/CE parou na rodoviária de Natal e ali vi subiram três pessoas, duas mulheres e um homem. Não perdendo de vista nada que se passassem diante dos meus olhos, me fixei de modo interrogador no semblante pensativo de uma jovem senhora vestida de calça cotton e camiseta lilás. Tinha os cabelos amarrados em um coque desfeito. Observei-a detalhadamente enquanto o motorista colocava duas malas vermelhas dentro do bagageiro. O tempo todo ela estava de cabeça baixa. Foi só quando caminhou para a entrada que virou o rosto olhando em volta parecendo procurar alguma coisa, percebi os olhos vermelhos de chorar. Então subiu as escadas e se dirigiu para o fundo. Foi só uma curiosidade. O ônibus deu a partida, eu puxei a manta virei de lado fechei os olhos e dormi. Eram 8hs, acordei com o ônibus parando pa

INVEJA

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Morte e vida estão no poder da língua A fofoca pode fazer com que sua vida tenha mais intriga do que um filme de cinema. Ana Clara sabe o que isso significa: “Sempre sou vitima de fofocas. Já falaram que eu estava grávida, que já tinha feito um aborto, que vendia drogas e que usava drogas. Por que as pessoas falam essas coisa de mim” – Finaliza Ana Por que será?? Não precisamos ir muito longe... O que seria da inveja sem elas: as comadres? Essa da foto na janela é uma comadre da década de 1970 (personagem da série a feiticeira) Hoje as comadres e os compadres estão em um quadradinho Livres, pesados e sarcasticos (ou LLS) A fofoca nas calçadas, ou em pontos estratégicas tomou novo quadro. E esse quadro tem nome: Facebook. Que não serve somente para a comunicação entre membros da família, encontro com novos amigos, grupos de poesias, eventos sociais, mas também para a criação de grupos preconceituosos que tem como objetivo seguir o perfil do programa Big

Carapicuíba - Parabéns pelos 47 anos de pão e circo

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Estava decidida a mudar o tema. Precisava voltar e com urgência para Quebrangulo e meus últimos momentos em Capim Macio. Mas ai, encontro isso ai na foto. Uma cidade e um aniversário. Sinto muito! Não foi possível deixar em brancas nuvens. Parabéns! Quarenta e sete anos de pão e circo! - Senhor! Senhor! Um momentinho - Pois não - O senhor sabia que CarakasVille está fazendo 47 anos - Quem? - CarakasVille - O que tem? - Está fazendo 47 anos! - Quarenta e sete? Conta outra minha filha. Kkkkkkkkkkkkk - Ah, mas tem tanta história para ser contada. Muitas delas tipo: a loira do banheiro e a do homem que caiu na coca cola. A senhora acredita em mula sem cabeça? - Eu não!   - Pois devia. Além dessas tem aquela do movimento emanciopacionista de 1960, onde morreram 4 jovens e duas mulheres. A senhora já ouviu essa?   - Não! - Como não? Está na boca do povo. Dia 26, será comemorado os 47 anos dessa revolução regada a pão e circo. A senhora precisa tomar ginko biloba   - On

COMO VIVEM OS FAMOSOS

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Em março de 2012, Mlailin, escritora, metida a fotografa nas horas vagas, foi procurar inspiração nas ruas de sua cidade. De volta para casa revelou os filmes e fez uma rápida seleção das fotografias e as enviou para a revista QUEM? Com o título: “Como vivem os famosos”. Antes decidiu publicar nesse blog CarakasVille cidade progresso, a oitava maravilha do mundo, cidade do Senhor Jesus. Aqui vivem os famosos... Vem comigo! Maria Norma Luxemburgo Única, 50 anos, dois casamentos, duas plásticas, dois filhos, dois netos. Dona da empresa Mundo Mundano. Mora em CarakasVille toda vida. Assim, qualquer semelhança é mera coincidência. Epaminondas Onassis da Silva, 60 anos, casado, quatro   filhos, dois do primeiro casamento e dois do segundo. Sua segunda esposa uma jovem de 20 anos, esta grávida do seu quinto filho. O sr. Epaminondas é dono de uma rede de sapatarias e tem como hobby a pesca. Seu Epa (como é conhecido na região)  pode ser encontrado nas tardezinhas ensolaradas, no lago dos

Uma criança chamada: POBRE!

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Se a vida deles seguir o padrão nunca serão alfabetizadas Quando se tornarem adultos, se conseguirem um emprego, talvez ganhem um salário minimo A comunidade está longe de ser ideal Não há justiça social e as oportunidades são desiguais   Essas crianças tem os mesmos sentimentos de desamparo e de desesperança que seus pais desenvolveram Existe uma “cultura de pobreza” suas vítimas resignam-se a uma vida inteira de miséria As marcas mais prejudiciais que a pobreza deixa em um jovem são sentimentos de inutilidade e inferioridade Sufocando qualquer esperança de algum dia existir um mundo melhor A quem devo dar os parabéns? Quem irá lhes dar uma esperança de uma vida melhor sentimento de auto respeito valor pessoal e dignidade? Mlailin

AMIZADE QUE UNE

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A amizade verdadeira não tem limite de idade A mãe de Aninha gritou com ela e ela chorou Aninha contou o que aconteceu Foi dormir tarde e perdeu a hora da escola Sua mãe obrigou ela e seu irmão a irem Chegaram atrasados o portão estava fechado Seu irmão chorou e a diretora deixou eles entrarem Pergunto se já aprendeu a ler Ela de cabeça baixa diz que sim Sei que tem vergonha de dizer a verdade Sei da dificuldade que  tem É a mesma que tive ao pronunciar uma palavra em chinês Olhava dos lados em pânico E agora? Qual tom usar? E a língua onde devo colocar? No céu da boca? Que boba que eu era O mundo não terminava ali Já fui uma criança e sei o quanto é difícil entender o mundo dos adultos Com o tempo entendi Entendi o suficiente para desejar nunca ser um deles Sempre que cruzo com  Ana e seu irmão eu paro sento e escuto o que eles tem a dizer A vida é tão lamentavelmente curta Sobretudo os anos que passamos com as crianças não devemo

No meu país...

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No meu país uma pequena tempestade tem a magnitude de um tsunami No meu país as pessoas vivem em um mundo surreal e acreditam que o seu Presidente é um ser espiritual de nome Jesus No meu país a grande maioria da população vivem em casas precárias, verdadeiros buracos de ratos, perigosas para a vida e para a saúde No meu país as ruas depois de uma chuva viram lama No meu país O lixo é jogado nas ruas Em terrenos baldios Em rios e lagos Onde apodrecem O meu país é um país de analfabetos O que leva a mais pobreza No meu país Os pobres são abandonados Pelas famílias Pelo governo Moram nas ruas No meio País se Freud estivesse vivo ele diria que seus cidadãos são acometidas por surtos psicóticos Mas, no meu país elas seguem a máxima de Maquiavel: “Os fins justificam os meios” Com pitadas da lei de Gerson: "Gosto de levar vantagem em tudo, certo?" E em nome de Deus gritam nas ruas, nas calçadas, nas praças nos trens Não nos dão sossego t